Em visita de reconhecimento ao Sítio Jaqueira Agroecologia, em Alegre, no último domingo (13), o diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Mário Louzada, constatou a destruição causada por um incêndio que consumiu 90% da sua área de vegetação destruída, o que representa 30 hectares de área reflorestada (cerca de 300 mil metros quadrados). E prometeu ajudar a reerguer o local com apoio técnico do órgão.
Segundo o Idaf, o fogo começou numa propriedade vizinha na tarde de sexta-feira (11) e se espalhou até atingir o sítio. O gerente do Escritório Local do instituto, Alisson Rodrigues Nunes, esteve no sítio no dia do incêndio e ajudou a mobilizar uma equipe de voluntários, dentre eles nove militares do Tiro de Guerra de Alegre. Juntamente com subtenente Paulo Juliano de Souza Palermo, ajudaram a controlar o fogo.
O instituto também solicitou bombas d’água ao Corpo de Bombeiros de Guaçuí para equipar os voluntários no combate ao fogo sendo prontamente atendido.
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Segundo Mário Louzada, o sítio Jaqueira Agroecologia é referência no Espírito Santo quando o assunto é recuperação de nascentes, conservação de água e solo, pesquisas e reprodução de manejos conservacionistas, além de ser uma estação de educação ambiental para estudantes e especialistas.
“É papel do Idaf auxiliar na restauração florestal do Espírito Santo e, por isso, iremos ajudar a reerguer o sítio Jaqueira com o apoio técnico da nossa equipe. O proprietário do sítio, Newton Campos, vem desempenhando há muitos anos um excelente trabalho de preservação do meio ambiente, e isso não pode ser interrompido”, disse Louzada.
Ambientalistas, professores universitários, estudantes e pessoas que se identificam com a causa ambiental criaram uma vaquinha on-line para arrecadar dinheiro para ajudar a recuperar o sítio.
O Idaf realizou 12 autuações em 2020 por queima ilegal no Sul do Estado. A irregularidade consiste no uso de fogo em práticas agropecuárias, sem autorização prévia do Idaf, e empregar como combustível produtos florestais ou turfa sem uso de dispositivos que impeçam a difusão de fagulhas que possam provocar incêndio nas florestas.
Queima controlada
Segundo o Idaf, no Espírito Santo, o emprego do fogo só é permitido na forma de queima controlada, para algumas atividades. Mas, durante o período de 1º de maio a 31 de outubro, o procedimento de queima controlada fica suspenso por causa da baixa umidade que pode provocar incêndios maiores.
Só é liberada a queima controlada nesse período para o controle de pragas e doenças, e o despalhamento de cana-de-açúcar. Toda queima controlada somente pode ser realizada com autorização do Idaf.
O desrespeito às leis ambientais é considerado infração e até crime, e o responsável poderá ser penalizado com multa, obrigação de recuperação da área, e ainda pode responder cível e criminalmente na Justiça.
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Caso presencie queima ilegal ou queima durante o período de proibição, o cidadão pode denunciar pelo Disque-Denúncia 181. O contato pode ser anônimo.
O Idaf é o órgão responsável pelo controle florestal do Espírito Santo e realiza diversas ações de proteção ao meio ambiente.
Com o objetivo de proteger a fauna e a flora capixaba, o Idaf e outros órgãos e entidades, como o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público, estão realizando uma ação conjunta para identificar focos de incêndios e desmatamento no Estado.