Três anos se passaram e a ferida ainda não cicatrizou. Familiares dos 11 mortos no trágico acidente na BR 101, em Mimoso do Sul – sendo 9 deles integrantes do grupo de dança Bergfreunde, de Domingos Martins -, se reuniram na manhã desta quarta-feira (23), na porta do Fórum de Mimoso do Sul, para pedir justiça.
A tragédia aconteceu no dia 10 de setembro de 2017. O grupo de dança voltava de uma apresentação na cidade mineira de Juiz de Fora quando uma carreta que transportava placas de granito invadiu a contramão e se chocou contra o micro-ônibus onde eles estavam.
Nove dançarinos, o motorista do micro-ônibus e o filho de uma das integrantes do grupo Bergfreunde morreram no acidente.
O caminhoneiro Rogério de Carvalho, 51 anos, é morador de Domingos Martins e pai de Ninive Degen de Carvalho, uma sobrevivente do acidente.
“Graças a Deus, minha filha Ninive é uma sobrevivente, sofreu só uma pancada na perna. Na época, ela tinha 14 anos. Hoje, ela está bem, mas está fazendo acompanhamento com psicólogo. Ela evita falar sobre esse assunto. Perdeu amigos, primo. Agora a gente luta por Justiça”, disse Rogério.
Pedido por justiça
O vendedor William José Mayer de Souza, 20 anos, também morador de Domingos Martins, é um sobrevivente do acidente e foi a Mimoso cobrar que o julgamento dos réus seja marcado.
“A gente veio aqui em Mimoso porque no último dia 10 completou três anos do acidente. Viemos cobrar Justiça. Nada foi feito. Os causadores do acidente estão soltos e nada foi feito contra eles”, disse William.
A cozinheira Lenilda Santana Wetter, 50 anos, também moradora de Domingos Martins, perdeu a filha Karini Santana Wetter no acidente.
“Já se passaram três anos e esse julgamento ainda não foi marcado. Queremos que ele aconteça. A juíza já definiu que vai ser júri popular. Não adianta falar que vai fazer, tem que fazer. Esse julgamento não vai trazer os filhos de volta, mas pelo menos vai tirar a gente dessa fase. A gente tem que sair de Domingos Martins pra vir a Mimoso pra pedir uma coisa que é direito da gente. Quem cometeu o erro tem que pagar. São três anos de dor, luto e luta, porque a gente tem que lutar e viver o luto”, disse Lenilda.
Julgamento
O motorista do caminhão que transportava as chapas de granito, Wesley Rainha Cardoso, e o dono da transportadora, Marcelo José de Souza, foram pronunciados pela Justiça, mas o julgamento ainda não foi marcado. Os réus irão a júri popular.