Uma brincadeira entre adolescentes que pode acabar em morte ganhou as redes sociais e preocupa médicos e educadores. Chamado de desafio da rasteira, a pegadinha conta com a participação de três pessoas, sendo que o objetivo é derrubar quem está no meio. A questão preocupante é que, na queda, o participante derrubado costuma bater a cabeça em cheio no chão.
Na avaliação do ortopedista Lourimar Tolêdo, esse desafio pode levar a pessoa à morte.
“Fiquei horrorizado. É uma brincadeira muito perigosa, de mau gosto, que coloca a pessoa em vários riscos, inclusive o de morte. Essa queda ao solo pode provocar lesões nos membros, na coluna e até mesmo traumatismos cranianos. Pode fraturar punho, braço, cotovelo e ombro na tentativa de se apoiar durante a queda. Na coluna, há risco de comprometer até a medula espinhal, ocasionando déficits neurológicos. Pode haver traumatismo craniano e a pessoa ter sequelas neurológicas graves que até levem à morte”, explicou o ortopedista, que é membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC).
Lourimar Tolêdo faz um alerta aos pais para que orientem os filhos a não participarem desse tipo de brincadeira.
“As famílias devem conscientizar as crianças e adolescentes. Escolas devem estar alertadas. Uma ‘brincadeira’ dessas pode destruir uma vida e uma família inteira”, afirma.
Riscos
A Sociedade Brasileira de Neorocirurgia (SBN) divulgou uma nota em suas redes sociais alertando pais e educadores para os riscos desse tipo de brincadeira.
Confira a íntegra da nota:
“COMUNICADO DE UTILIDADE PÚBLICA
Prezados (as) senhores (as),
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) vem, por meio deste, alertar aos #pais e #educadores sobre a necessidade de reforçar a atenção com crianças e adolescentes, diante do #desafio ‘quebra-crânio’, que se alastra pelo ambiente doméstico, escolar e é reproduzido nas redes sociais.
Ele provoca uma queda brutal, onde um dos participantes bate a cabeça diretamente no chão, antes que possa estender os braços para se defender. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Esta queda pode provocar lesões irreversíveis ao crânio e encéfalo (Traumatismo Cranioencefálico – TCE), além de danos à coluna vertebral. Como resultado, a vítima pode ter seu desempenho cognitivo afetado, fraturar diversas vértebras, ter prejuízo aos movimentos do corpo e, em casos mais graves, ir a óbito.
O que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela ‘brincadeira’ de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo.
Deste modo, como sociedade, pais, filhos e amigos, devemos agir para interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas. Acompanhar e informar/educar sobre a gravidade dos fatos, pode ser a primeira linha de ação.
Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.
Diretoria
Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)”